Um estudo da Universidade de York, na Inglaterra, divulgado neste ano, respondeu a uma das principais dúvidas dos pais que têm filhos adeptos de jogos violentos de videogame: as crianças e adolescentes ficam mais violentos? Os pesquisadores dizem que não há qualquer relação direta que comprove o aumento da agressividade de quem joga esses games. Os experimentos feitos pela universidade contaram com mais de 3 mil participantes e diferentes videogames. Mas mesmo com o resultado do estudo, todo cuidado é pouco.
O adolescente Nicolas Tavares Costa, 16 anos, é adepto desses games há pelo menos três anos. O pai dele, Sandro Costa Pimentel, é dono de uma lan house na avenida João Arruda Brasil e os dois até jogam juntos.
No entanto, Sandro toma alguns cuidados tanto com os clientes quanto com o filho quando se trata de jogos violentos. Nicolas é fã do GTA (sigla em inglês para Grand Theft Auto), uma série de games sobre roubo de carros. Em alguns desses jogos, o personagem atira em civis e promove o caos nas cidades fictícias.
O adolescente concorda que o game é violento, mas acredita que ele seja mais inadequado para pessoas com idade inferior à dele. “Eu acho que o jogo pode ser ruim para adolescentes com 13, 14 anos, mas para os mais velhos, não tem problema, porque já sabem o que é certo e o que é errado”, afirma.
Nicolas conta que o GTA, às vezes, o ajuda até a ficar mais calmo em dias mais agitados, com provas na escola.
O pai dele afirma que supervisiona os jogos do filho e não permite que adolescentes tenham acesso a games inadequados para determinadas idades. “Tem pai que vem aqui e avisa que pode deixar o filho jogar o que quiser, como futebol e outros jogos que não sejam violentos.
É um cuidado que a gente tem porque os jogos têm classificação indicativa, então a gente sabe o que pode e o que não pode para cada idade”, diz. Sobre o filho jogar GTA, Sandro sabe que o game é violento, mas controla os horários em que o adolescente tem acesso a esse e outros jogos.
Para a psicóloga Isabela Christófano Junqueira, os jogos não oferecem influência direta nas ações das pessoas. “De forma indireta, podem influenciar de forma negativa se a atividade for praticada em excesso e não respeitando a faixa etária. Se controlados e supervisionados pelos pais, os jogos são apenas entretenimento, uma forma de recreação”, afirma.
Segundo ela, proibir o jogo não é uma boa opção. “O importante é que os pais incentivem os filhos a ter outras atividades, tanto intelectuais quanto físicas, para possibilitar que o adolescente se desenvolva em outras áreas, evitando o sedentarismo”, completa. Ainda de acordo com a psicóloga, passar muitas horas jogando pode afetar o convívio social e os jogos devem ser encarados como lazer, por isso deve haver um consenso e horários definidos pelos pais. “Os momentos de jogos podem ser uma forma de recompensa por conquistas escolares e bom comportamento, por exemplo”, completa.
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