Figura querida por onde passa, Maria Teresa Assis Lemos Marques de Oliveira, a Tieza, é a sétima de 11 filhos do casal José Lemos do Nascimento e Cely Assis Lemos. Natural de Araçatuba, Tieza tem uma marcante e representativa atuação como assistente social.
Mãe de três filhos, Ana Carolina, Maria Eliza e José Renato, a atual Secretária de Cultura da cidade foi reeleita vereadora na última eleição, cargo do qual está licenciada, mas tem um carinho especial. A personalidade da semana é conhecida por seu estilo pragmático de trabalho erevela um pouco de seu envolvimento com o social, o jornalismo e o mundo da cultura.
Como foi seu início na carreira de assistência social?
Desde o tempo de criança e adolescente, no colégio das irmãs e no IE (Instituto de Educação), a gente sempre teve envolvimento com o movimento estudantil, líder de classe e sempre muito esportista. Joguei na seleção de basquete e nadava pelo Araçatuba Club. Então, sempre estive envolvida nos movimentos estudantis e da sociedade, como no próprio Araçatuba Club, a gente sempre gostava de fazer campanhas para ajudar os mais necessitados.
A gente arrecadava alimentos e distribuía para as famílias. Naturalmente esse movimento acabou inspirando o desejo de fazer a faculdade de serviço social. Eu saí para estudar fora e fiquei trabalhando um pouco na assistência social do Estado, depois fui para a Promoção Social. Depois que eu tive a primeira filha e já grávida da segunda, eu voltei para Araçatuba e já estava no Estado como assistente social e me transferi para a diretoria regional daqui. Essa vida de trabalhos na comunidade sempre esteve presente na minha vida.
Como foi o seu período como radialista/jornalista?
Faz parte do trabalho da assistente social fazer relatórios. E eu sempre gostei de escrever. Quando eu era mocinha, brincávamos de compor músicas, escrevia bastante, tinha facilidade para isso. O Genilson Senche (ex-diretor da Folha e meu cunhado), sempre lia minhas coisas e dizia “Tieza, você tem que escrever para o jornal”. Durante uma época eu escrevi para o jornal uma coluna que saia aos domingos, chamava Inside, era uma página em que entrevistávamos as figuras de destaque na sociedade. Pessoas que se destacavam na profissão ou por um feito espetacular e diferente.
Foram muitas entrevistas. Contava a vida dessas pessoas. Era muito gostoso fazer isso e bastante lida. E fazendo a coluna e tendo esse envolvimento com o mundo do jornal eu acabei fazendo um curso de rádio no Senac e tivemos uma experiência na Rádio Tietê. Eu ainda quero voltar a ter um programa de rádio, apesar de não ter tempo para quase nada, ainda quero realizar esse sonho. Então, a assistência social misturou bastante as funções. Acabei tendo muita experiência em atendimento ao público. Além disso, atuei na secretaria do trabalho.
Como você vê a atuação daqueles que se dedicam ao trabalho social?
Eu tenho o maior respeito a quem se dedica ao trabalho social. Em se dedicar a ajudar os outros a encontrar um caminho em sua vida. Particularmente, quando essa participação é voluntária. O poder público deveria estender um tapete vermelho aos voluntários que se dedicam à causa social para que eles possam passar. É muito digno, nobre e útil.
Diferente de outras políticas sociais, a assistência social conta com essa gente voluntária. A gente vê, por exemplo, o trabalho das mulheres que ajudam o centro de oncologia da Santa Casa, é a presença de Deus no dia a dia delas. A gente até se emociona quando vê a dedicação, a força que elas têm em lidar com situações dramáticas e graves. Eu tenho o maior respeito por essas pessoas. O trabalho social junto com as políticas públicas sociais enriquecem e favorecem a superação de tantas dificuldades. Uma pena que no nosso país não se tem esse reconhecimento.
Essas duas iniciativas, bem articuladas, teriam efeitos espetaculares na vida dessas pessoas, ajudando elas a sair dessa dificuldade. Eu tenho o maior respeito por quem atua profissionalmente ou voluntariamente com o propósito de ajudar a vida das pessoas.
Atualmente ligada à cultura, como tem sido seu trabalho à frente da pasta?
Assumir a Secretaria de Cultura esta sendo uma experiência muito rica para mim. Algo que não esperava. Como sou uma política de partido e grupo, eu achei que deveria aceitar esse desafio. Tenho certeza de que, quando deixar a secretaria, a deixarei melhor do que quando encontrei. A gente tem se esforçado bastante para organizar minimamente os espaços e os programas culturais.
A cultural local parece ter tido uma ruptura lá de trás, que a gente não consegue precisar o momento exato em que pessoas que participaram, acompanharam e construíram o movimento cultural de Araçatuba, elas estão distanciadas desse movimento. A ponto de nem participar e marcar presença no que é realizado. Estamos nos esforçando e empenhando para oferecer melhores espaços, procurando trazer as pessoas e construir um público novo. Esse é um direito da população e estamos lutando para que esse acesso seja amplo.
Muitas vezes, o público deveria deixar um pouco a TV e ir para a Praça Rui Barbosa ver a Orquestra Municipal Bruno Zago, que está maravilhosa. Estamos procurando fazer um pouco em cada segmento como artes plásticas, musicas danças, festas populares e o que mais estiver no nosso alcance. Eu sinto muito pela ausência do público, sinto que nossos equipamentos culturais estejam precários em termos de estrutura física e a população não vê isso. Dias desses, na Praça João Pessoa, vimos como estava depredada em alguns pontos.
Mas vem mudando desde 7 de março de 2017 para os dias atuais. A gente tem visto uma presença maior e um entusiasmo maior. Até mesmo o Conselho Municipal de Políticas Culturais. Vemos um grupo que atua, vibra e participa para melhorar a Cultura de Araçatuba. Gostaria que o olhar para o nosso patrimônio e memória surtisse efeito nos próximos dias. Vamos começar a restaurar o Centro Cultural Ferroviário, que é o sonho de todo mundo, e convido a todos que desejam preservar e propagar a cultural da nossa cidade.
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