Para uma família nunca é fácil saber que um filho, ainda mais bebê, sofre de uma doença grave. Há um ano, completado ontem, a dona de casa Kátia Cristina Bezerra de Souza e o marido dela, o gerente administrativo Edson Cézar de Souza receberam o diagnóstico de leucemia em um dos filhos, Matheus, que hoje tem 2 anos e 3 meses.
Quando a doença parecia controlada, veio a surpresa: a leucemia avançou e para um quadro muito mais grave. Sem ter para onde correr, Kátia fez um apelo nas redes sociais pedindo, para quem pudesse, que se cadastrasse no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea), na esperança de que alguém tivesse a medula compatível com a do Matheus.
Nos primeiros dias (segunda semana de abril), desde que a mãe fez o apelo, o Hemonúcleo de Araçatuba recebeu quase 470 cadastros. Mas esse número vem caindo a cada dia, segundo o Departamento de Comunicação do serviço. O procedimento é bem simples: basta fazer um cadastro e colher uma amostra de sangue, que vai para o Redome. Em até 30 dias a pessoa saberá se é ou não compatível com alguém que está na lista de espera.
Conforme a coordenadora do departamento de Comunicação Social do Hemonúcleo, Aline Durante, Araçatuba já teve cinco doadores compatíveis. Por questões de sigilo, os nomes de quem recebe a medula não são informados.
De acordo com a tia de Matheus, Célia Pinezi, a doença do menino foi descoberta quando ele tinha 1 ano e 3 meses. Ele começou a passar mal, teve sangramento incontrolável na gengiva e a família decidiu procurar um pediatra. Em uma primeira consulta, o médico tratou o menino com antibióticos, mas ele não melhorava.
Os pais levaram Matheus a um hospital particular, onde fez exames, incluindo de sangue, que constataram a gravidade do caso: leucemia. A tia lembra que, na época, os médicos disseram que a criança tinha apenas 20% de chances de sobreviver. Mas, com o começo da quimioterapia, o estado de saúde dele foi melhorando, e os 20% subiram para 60%. Completado um ano de tratamento, durante um exame de rotina, a família descobriu que o quadro reverteu e a situação tinha se tornado mais grave.
Matheus tem um irmão gêmeo idêntico, o Fernando, mas segundo a tia não pode haver transplante entre eles. A médica que cuida dele, a oncologista Cibele Cristina Castilho explica que os DNAs dos dois são compatíveis, mas, nesse caso, não pode significar um resultado positivo. Isso porque o organismo do Fernando não desenvolveu leucemia, existindo um risco, ainda que pequeno, dele desenvolver essa doença.

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