Após uma semana de ocupação, integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) deixaram, no final desta terça-feira (24), a fazenda Santa Cecília, em Araçatuba, de propriedade do empresário e psicólogo Oscar Maroni Filho. A desocupação atende a uma determinação da Justiça, que na última sexta-feira (20) expediu a reintegração de posse.
Na edição desta terça-feira, a Folha da Região publicou matéria com denúncia do empresário sobre a queima de lascas de aroeira e o suposto desaparecimento de ferramentas do imóvel.
A reportagem foi à fazenda por volta das 10h e encontrou as paredes do muro de entrada e de galpões da sede pichados com mensagens contra Maroni e também pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ocorrida no início do mês.
A Folha da Região teve acesso a fotos do interior da propriedade, com paredes e vidraças machadas com tinta vermelha, cor do Partido dos Trabalhadores.
Policiais militares foram até a fazenda no início da manhã para acompanhar a desocupação, mas foram informados por integrantes que eles permaneceriam no local até as 12h, que segundo eles, era o prazo final para deixarem a propriedade. Homens que aparentemente eram funcionários da fazenda aguardavam do lado de fora, registrando a movimentação com máquinas fotográficas.
ATO POLÍTICO
Quatro ônibus fretados de empresas da região foram autorizados a entrar na propriedade e pouco antes das 12h o grupo deixou a fazenda.
O MST preparou um ato político para ser realizado após a desocupação, em defesa da Reforma Agrária e por Lula Livre, e também em repúdio ao Maroni, chamado pelos manifestantes de aliciador. Eles querem que a fazenda Santa Cecília seja transformada em assentamento, sob argumento de que teria sido adquirida com dinheiro de prostituição e esteve envolvida em processos trabalhistas.
A previsão era de que os manifestantes se encontrariam no quilômetro 531 da rodovia Marechal Rondon (SP-300), às 12h. A ação mobilizou várias viaturas da Polícia Militar Rodoviária, incluindo equipes do TOR (Tático Ostensivo Rodoviário). Porém, a reportagem apurou que a Justiça concedeu liminar, proibindo a interdição da rodovia.
Por isso, o grupo se reuniu em uma praça na avenida Saudade, próximo ao cruzamento com a rua Anhanguera, que é marginal à rodovia. No local havia um caminhão tipo trio elétrico, que foi ocupado por lideranças do próprio MST e de partidos políticos, como o PT.
O ex-presidente local da legenda, Fernando Zar, informou que grupos de acampados em várias cidades da região, como Andradina, Murutinga de Sul e Castilho, se juntariam ao grupo para participar da passeata que começou depois das 13h.

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