O empresário e psicólogo Oscar Maroni Filho, proprietário da fazenda Santa Cecília, em Araçatuba, denuncia que lascas de madeira que estavam na propriedade foram queimadas e que desapareceram ferramentas do imóvel.
A fazenda foi ocupada na última terça-feira (17) por integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e, na sexta-feira (20), a Justiça determinou a reintegração de posse em 48 horas. O grupo anunciou que deve deixar o local hoje (24), com um ato político.
Segundo Maroni, foram queimadas 50 dúzias de lascas de aroeira, palanques e balancins que estavam na propriedade. Além disso, desapareceu um quadro de ferramentas, uma motosserra, uma lixadeira e uma furadeira. “Eles não mexeram com os animais, mas revistavam os carros dos funcionários como se fossem polícia. O gerente nem tentou entrar na fazenda, que seria intimidado, pois queriam tentar causar alguma situação”, comentou.
O empresário disse que das seis vezes em que a fazenda dele foi ocupada, em quatro delas a liderança era do padre Renê Parren, que seria um dos líderes da ocupação atual. Ainda de acordo com ele, o ato é organizado pela Abra (Associação Brasileira de Reforma Agrária), que deve ser responsabilizada.
Ele revelou que teve um funcionário infiltrado entre os integrantes do movimento que ocuparam a fazenda e que os participantes receberam de R$ 30,00 a R$ 50,00 por dia. “Eles chegaram de ônibus. São profissionais inocentes e bobos que acham que vão ganhar um pedaço de terra. Na verdade, são meia dúzia de espertos cercados de um bando de tontos e inocentes”, declarou.
PRODUTIVO
Maroni afirmou que é dono dessa fazenda há 27 anos e já foi considerado um dos maiores confinadores de gado do Brasil. A propriedade tem aproximadamente 700 alqueires de área, o que corresponde a 1.480 campos de futebol.
“Eu produzia de dez a 12 mil quilos de carne por dia, tinha sete quilômetros de linha de coxo, cavalo quarto de milha e gado nelore. Tinha 30 famílias empregadas e tive que desistir após a quinta invasão”, contou. Hoje, 600 alqueires são arrendados para a Cosan.
O empresário informou que é a favor da reforma agrária saudável, sadia e com função social, como ocorre na Austrália e em outros países, utilizando terras públicas improdutivas, com capacitação e ferramentas, destinadas a famílias com vocação para produzir, como arrendatárias. “A fazenda Santa Cecília eles podem invadir, mas enquanto o País tiver juízes, eu não abro mão do meu direito, como brasileiro, de brigar por um Brasil mais justo e com mais justiça. Eu acredito no amor ao próximo. Não se façam de bons para me fazer de bobo. Propriedade privada é sagrada”, declarou.
PROTESTO
Sobre a distribuição de cerveja de graça quando a Justiça decretou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no início deste mês, Maroni disse que enquanto houver marginalidade, ele repetirá a ação. Comentou que já foi petista, que o partido tinha boas intenções, inclusive esteve sentado à mesa com José Dirceu e Rui Falcão, mas o partido “tornou-se uma quadrilha”.
Ele afirmou que se a imprensa divulgar a condenação e prisão de Gilberto Kassab, Aécio Neves ou Antônio Palocci, terá cerveja de graça novamente em frente à boate dele, em São Paulo. “Só Deus e minha consciência calam minha boca. Minha maior vingança é que eles não conseguem me intimidar”, concluiu.
Comentários sobre esse post