O Tribunal do Júri de Araçatuba condenou dois réus acusados da morte do carpinteiro Thiago Rodrigo Martini, 25 anos, ocorrida em janeiro de 2015, no residencial Porto Real. O julgamento aconteceu nesta quarta-feira (18) e a sentença foi proferida pelo juiz Henrique Castilho, após mais de dez horas de debates.
Erick Henrique de Araújo dos Reis foi condenado a 16 anos e 4 meses de reclusão, enquanto Douglas Crespo de Carvalho Evaristo, também conhecido como Gugu, pegou 12 anos de prisão. Eles aguardavam julgamento em liberdade e poderão recorrer da mesma forma.
Os jurados acataram na íntegra a denúncia do Ministério Público, condenando os réus por homicídio qualificado com motivo torpe. O crime aconteceu na tarde de 24 de janeiro daquele ano, um sábado. A vítima residia no bairro Paraíso, mas saía da casa da namorada, uma adolescente de 15 anos, quando foi baleada. A jovem conduzia uma moto, trazendo Martini na garupa e o casal foi surpreendido pelos réus, que estavam escondidos atrás de um caminhão estacionado na via.
DENÚNCIA
Segundo a denúncia, as partes tinham desentendimentos anteriores e a vítima havia ameaçado matar os réus. Naquela tarde, após ouvir comentários que Martini estava no Porto Real, Reis armou-se com um revólver calibre 38 e encontrou-se com Evaristo em um bar. O segundo acusado também estava armado e a dupla seguiu até à casa da sogra da vítima.
Ao ver que a moto do carpinteiro estava estacionada no imóvel, a dupla se escondeu atrás de um caminhão nas imediações. O casal deixou a residência e quando a moto conduzida pela adolescente passou pelos acusados Reis entrou na frente do veículo e atirou três vezes contra Martini. O outro réu também parou ao lado da moto e efetuou cinco disparos.
Consta na denúncia que quando a vítima estava caída no chão, Reis aproximou-se, encostou o revólver nas costas dela e atirou novamente. Em seguida, ele pegou uma pistola 9 milímetros que estava caída próxima ao corpo de Thiago e fugiu. Evaristo também fugiu levando a arma que utilizou, mas foi preso em flagrante, dias depois, com o revólver.
Ao ser identificado pela participação no assassinato, Reis disse que jogou o revólver que usou no rio Tietê e alegou que entregou a pistola 9 milímetros que pegou no chão a terceiros, como pagamento de dívida.
DEFESA
Reis teve a defesa feita pelo advogado Eder Fábio Garcia dos Santos, que alegou legítima defesa e pediu o afastamento das qualificadoras. Já Evaristo teve como advogado Carlos Roberto Bérgamo, que também alegou legítima defesa, pediu o afastamento das qualificadoras e o reconhecimento da violenta emoção.
Em plenário, ele argumentou que o réu tinha sido agredido anteriormente e se sentia ameaçado. Entretanto, os jurados acataram na íntegra a denúncia do MP, que foi defendida durante julgamento pelo promotor de Justiça Adelmo Pinho.
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