Os médicos do corpo clínico da Santa Casa de Penápolis estenderam até a próxima segunda-feira (10) a proposta de paralisação dos serviços. A medida ocorreu após pedido da direção do hospital, que disse estar indo atrás de recursos. Caso não haja nenhum acordo neste período, a categoria informou que, na terça-feira (11), os serviços serão paralisados e as internações suspensas.
Inicialmente, o grupo havia decidido cruzar os braços nesta quinta-feira (6), conforme divulgado pela Folha da Região, na última quarta-feira (5). Em uma carta enviada às autoridades e imprensa na última segunda-feira (3), os médicos diziam que tinham optado pela paralisação por conta dos atrasos de salários e da produção médica, além da falta de materiais de trabalho, como os medicamentos. Segundo informado na carta, no dia 31 de maio, a categoria recebeu apenas 50% dos plantões referente ao mês de fevereiro, já a produção médica não é paga desde junho de 2018.
Em entrevista à Folha da Região, na tarde de ontem, o prefeito de Penápolis Célio de Oliveira disse que é a administração municipal que mantém a Santa Casa aberta com repasses que ultrapassam os R$ 5 milhões. “O hospital recebe mensalmente do Governo Federal um valor de R$ 450 mil para pagamento de funcionários; R$ 40 mil do Governo do Estado para compra de medicamento e a Prefeitura repassa R$ 400 mil, além disso, o hospital recebe mais aproximadamente R$ 150 mil com os atendimentos de convênios. Somando tudo, dá cerca de 1 milhão e pouco de reais, acontece que no fim do mês, a dívida da Santa Casa chega quase a 1,5 milhão”, disse ele.
“É importante que a população saiba que não haverá corte nos atendimentos. Estamos em busca de novos recursos para aumentar a receita do hospital. O município repassa quase que o mesmo valor do Governo Federal e isso é um absurdo. Há ano a tabela SUS está defasada, tudo aumenta, mas a tabela permanece estagnada. A Santa Casa hoje, só está aberta por conta da Prefeitura de Penápolis”, comentou Célio. O prefeito também ressaltou que 35% do orçamento municipal é repassado para a saúde do município, sendo que a Constituição Federal obriga as cidades a apenas 15%. “Nós repassamos mais do que o dobro do exigido pela Constituição, mas infelizmente, os demais repasses são defasados, e os atrasos nos salários e problemas com orçamento fazem parte de toda rede pública de saúde no Brasil”, concluiu.
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