Neste início de ano, quando todo o povo brasileiro estava com as esperanças em um país renovado, fomos surpreendidos com a tragédia de Brumadinho. A ruptura da barragem de rejeitos derramou mais do que lama. A tragédia mineira fez com que o Brasil se perguntasse: Será que a ideia de privatização tão falada é o melhor caminho?
Era de se esperar, frente à tamanha tragédia e também pela busca por respostas que apaziguassem nossas almas. Para tanto, deve-se colocar uma questão importante nesta discussão. A empresa Vale não se trata exclusivamente de capital privado, muito pelo contrário, trata-se de uma empresa de capital misto onde o BNDES e a Previ (fundo de previdência do Banco do Brasil) detém mais de 50% de suas ações.
O que devemos entender com essa informação? Simples, que o modelo de privatização proposto pelos Sociais Democratas, leia-se Fernando Henrique, do PSDB, foi a criação de super-empresas paraestatais. E o que são paraestatais? São as empresas que se tornam privadas, mas que o governo detém seu controle acionário. Nelas, faz-se uma mistura do dinheiro público com dinheiro privado, e alguns “amigos do rei”, chamados de “capitalistas de compadrio”, ganham muito dinheiro.
Esses “capitalistas de compadrio”, cujos nomes teimam em aparecer nos jornais quando a notícia é operação Lava-jato, não são exemplos de “capitalistas de mercado”, sendo estes últimos os que de fato representam os Liberais. Tanto assim, que a doutrina filosófica do Liberalismo apregoa um Estado Mínimo justamente por saber que quanto maior o Estado, maior a corrupção.
É por essa razão que devemos urgentemente exigir que o Estado saia do mercado em qualquer que seja sua participação, sendo gestor e dono das empresas, seja apenas como acionista das mesmas. É preciso privatizar tudo e deixar que o mercado seja de fato regulado somente pelas leis da oferta e procura, onde o verdadeiro dono é o cliente soberano de suas escolhas. Não podemos mais deixar dinheiro público financiando empresas que enriquecem os “amigos do rei”.
Rodrigo Andolfato é empresário e membro do Ilan (Instituto Liberal da Alta Noroeste)
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