Há dez anos, depois de muito pesquisar, consegui descobrir o cardápio servido a D. Pedro I antes do famoso “Grito do Ipiranga”: “Independência ou Morte!”, para escrever um artigo no qual contei a “saga” vivida pelo até então Príncipe, que cavalgou de Santos até o local do brado libertador passando muito mal, devido aos “efeitos colaterais” do banquete servido pela sua amada amante Domitila de Castro, teve diarreia e vômito.
Quando chegou as margens do icônico rio, já bastante debilitado pela desidratação causada pelos muitos episódios de diarreia e vômito, parou para se hidratar e dar mais uma “agachadinha” atrás da moita e foi quando o suposto mensageiro alcançou a comitiva do futuro Imperador, trazendo a mensagem de José Bonifácio que o pôs a par da situação insustentável pela falta de atitude do Rei, seu pai, D. João VI e a recomendação para que declarasse o mais urgentemente o rompimento dos laços com a Coroa de Portugal.
Então, bastante debilitado e farto daquela situação que já se arrastava na indecisão e anos de abandono, refletiu e concluiu que o que seria mais um “punzinho” para quem veio de moita em moita até ali?
E foi naquele instante, no dia 07 de setembro de 1822, que D. Pedro I sacou a sua espada e nos fez uma pátria “livre”, um dos mais importantes capítulos da nossa história perfeitamente retratado por Pedro Américo no Painel “Independência ou Morte”!
Como hoje, dia 07 de outubro de 2018, estaremos todos convocados para exercer o direito de participar do processo de escrutínio para três cargos no legislativo e dois no executivo, pesquisei para ver se conseguia descobrir qual o prato predileto de cada candidato ao cargo de Presidente da República, mas, devido à carência de mais tempo para eu me aprofundar na investigação, não consegui.
A ideia inicial era fazer uma brincadeira, na qual, seria feita uma associação de tudo que se referisse ao prato em si e o perfil e personalidade de cada candidato, porém, diante desta impossibilidade, resolvi tentar relacionar um determinado preparo às características e facetas apresentadas por cada um dos principais concorrentes ao cargo, durante as suas respectivas campanhas e vida pública:
JAIR BOLSONARO – No momento, sob uma dieta mais rígida, restrita a poucos alimentos em estado sólido, porém, vamos imaginar um cenário onde o candidato já esteja plenamente recuperado e, portanto, podendo comer aquilo que mais gosta: dono de uma personalidade forte, militarizado, bélico, possuidor de um humor peculiar, pouco culto, nada reflexivo, principalmente quando é obrigado a falar de improviso, fala antes de pensar, atira primeiro e pergunta depois – está mais para pratos pesados como pirões, Buchada ou Dobradinha, Rabada e Feijoada, gordurosos, de caldos espessos, em meio a muita carne de miúdos, assim como Bolsonaro, engrossam fácil, são demorados na digestão, mas, que caem fácil no gosto do brasileiro, que poderá sofrer os efeitos colaterais com o passar do tempo;
FERNANDO HADDAD – Jeitão de bom moço, homem de família, bem-apessoado, não demonstra ter personalidade forte ou qualquer outro tipo. Ao contrário dos demais, não parece ter nenhuma ideia própria. Obediente aos seus companheiros mais graduados de partido, segue o roteiro que lhe foi entregue e reproduz suas adaptações: Strogonoff, prato mais popular da Alta gastronomia, acompanha arroz e batata sautèe, mas, vai de batata palha que é “coisa de trabalhador”, “caprissado” no molho de tomate e “catsupi” para ficar bem puxadinho para o vermelho, sem “sampion” porque é “fressscura”;
CIRO GOMES – “Cabra da peste”, “arretado que só a muléstia”, não desiste nem com a “gota serena”: é Baião de dois com carne de sol em tirinhas, paçoquinha, manteiga de garrafa e macaxeira. Com certeza, é a principal razão pela qual transpira “em bicas”, mesmo com o ar-condicionado ligado. Mas, como ele, é muito popular no nordeste, um bom prato, mas, que ainda não caiu no gosto das regiões mais ao sul;
GERALDO ALCKMIN – Centrado, muito calmo, de fala tão mansa que chega a dar sono, beijoqueiro, tem a plena certeza que possui a cura para todos os males, afinal, é médico de formação: É arroz com feijão, ovo frito, com um baita medalhão de filet mignon grelhado, uma delícia tanto para o povão, como para as classes mais abastadas, porém, depois de repetir o mesmo cardápio todos os dias, se torna enjoativo, perde a graça e permanece na preferência de um grupo muito restrito, fiel sem dúvida, mas, que não cresce, nem diminui.
É importante ressaltar que não há nenhuma menção ou qualquer tipo de indução a voto em nenhum dos citados, trata-se apenas de um exercício de “Humor gastronômico”, uma tentativa de dar um pouco de descontração a um quadro tão caótico no qual a democracia do Brasil foi arremessada, de pouquíssimo ou nenhum respeito, de baixíssima ou nenhuma credibilidade.
Então é isso galera, votem com a própria consciência, pensem por si, não se deixem levar pelo monte de asneiras que se propaga pelas redes sociais, escolha seu candidato, seja ele (a) quem for, mas, tenha a absoluta certeza de que a escolha foi sua, lembre que é um ato feito secretamente. Uma vez em frente à urna, será só você. Ninguém precisa saber qual foi a sua preferência, apenas a sua consciência.
RECEITA: COSTELINHA COM BATATAS AO CREME DE NOZES E MOSTARDA DIJON
Você vai precisar de: – 1,5 kg de costelinha de porco – 2 colheres de banha de porco, ou 4 de óleo de milho – 3 dentes de alho picados; – sal e p. reino qb; – 1 pitada de açúcar; -1 copo de requeijão tradicional; -100 g de nozes; -3 colheres de sopa de maionese Dijon; – 1 cebola média picadinha; – 800g de batatas descascadas em cubos grandes; – suco de 2 limões; – 1 xícara de chá de cheiro verde (com mais cebolinha).
Preparo: Tempere as costelinhas com o sal pimenta do reino, alho, e o suco de 1 limão e deixe marinar por 1 hora. Numa panela de pressão, aqueça a banha de porco e com a pitada de açúcar e frite as costelinhas até dourá-las bem, junte as batatas, cubra com água e tampe, deixe cozinhar por 15 minutos a partir do início da pressão, tire a pressão da panela e transfira para uma refratária e reserve 100 ml da água do cozimento. No liquidificador bata o requeijão, o restante do suco de limão e as nozes, jogue tudo sobre as costelinhas e as batatas, em seguida leve ao forno pré-aquecido a 200ºC por 40 minutos, retire do forno, passe o molho que estiver no refratário para o liquidificador e bata com a água reservada do cozimento, jogue novamente sobre as costelinhas e batatas e leve ao forno novamente por mais 25 minutos. Retire e sirva com arroz branco e salada verde. Vinho tinto Pinotage para harmonizar.
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