Nesta semana, o Bom Prato atingiu a meta de oferecer 1,5 mil refeições por dia no município. O público beneficiado inclui a população em geral, somando os comerciários, comerciantes, servidores públicos estaduais e municipais e famílias inteiras. A Prefeitura afirma que o sucesso do local deve-se ao fato de ele atender a toda a população.
É o caso da diarista Luciana Paiva de Jesus Silva. Ontem, ela, o marido, o sogro, a sogra, a cunhada e a sobrinha almoçaram feijoada, com suco, laranja e um pão, que compunham o cardápio do dia. “Antes, eu e meu marido, por exemplo, que trabalhamos aqui no centro, gastávamos R$ 10 cada um para comer em um restaurante que cobrava R$ 10 a refeição. Ou seja, eram R$ 60 por semana e R$ 240 por mês. Agora, gastamos R$ 6 juntos, para comer três dias na semana aqui. É excelente para economizar e a comida é muito boa”, destaca ela.
Jair Aparecido Cagni trabalha em um comércio de eletrônica no centro da cidade e almoça no Bom Prato todos os dias.
Antes de o local ser inaugurado, ele conta que ele e os outros três funcionários se juntavam e faziam a comida na empresa mesmo, somando um gasto mensal de R$ 700. “Agora todo mundo vem aqui e gasta R$ 20 por mês. Foi a melhor coisa que aconteceu em Araçatuba”, afirma.
O cardápio é variado com arroz, feijão (ou feijoada), salada, legumes, um tipo de carne, farinha de mandioca, pãozinho, suco e sobremesa (geralmente uma fruta da época) e tem 1.200 calorias. Já no café da manhã são oferecidos leite com café, achocolatado ou iogurte, pão com margarina, requeijão ou frios e uma fruta da estação. Tudo isso com 400 calorias, em média.
O Bom Prato, programa do governo do estado, foi instalado no mesmo prédio em que antes funcionava o Restaurante Popular, do governo federal. Este último, que iniciou as atividades em 2006 e encerrou neste ano, dando lugar ao novo projeto, oferecia refeições ao custo de R$5 ou R$2, de acordo com a situação de vulnerabilidade social do atendido, previamente avaliada por uma assistente social. Moradores de rua não pagavam pela refeição.
Prefeitura afirma que mudança do perfil gerou benefícios sociais
Em nota, a Prefeitura de Araçatuba informou que a decisão de transformar o antigo Restaurante Popular em Bom Prato atende a uma série de benefícios à população e ao respeito com o dinheiro público. Informou ainda que a antiga estrutura era subutilizada e demandava um custo anual de R$ 1 milhão ao município. Segundo a nota, o município destacou que o antigo restaurante tinha estrutura para servir até 1,5 mil refeições, porém, oferecia apenas 200, provocando a deterioriza-ção dos equipamentos por falta de uso.
Segundo a Prefeitura, esta verba hoje é destinada aos atendimentos da Secretaria de Assistência Social, projetos que mudam a vida das pessoas dando a elas oportunidade para que saiam do estado de vulnerabilidade social no qual se encontram. Destacou que são atendimentos de saúde, psicologia, jurídico e de assistência social para homens, mulheres e crianças.
“É um recurso de R$ 1 milhão que hoje ajuda a dar abrigo e futuro à mulher vítima de violência, ao homem que está passando por desemprego, à criança que vive em um lar em que a esperança entra por meio dos projetos de inclusão que atendem à toda sua família”, diz um trecho da nota.
Sobre a questão dos donos de restaurantes, a secretária de Assistência Social, Maria Cristina Domingues, enfatiza que entende a demanda deles e que a Prefeitura de Araçatuba não virou e nem vai virar as costas para os empreendedores, estando sempre disposta a ouvi-los com respeito.
“O Bom Prato é um programa social de segurança alimentar que vem a somar, transformando Araçatuba em uma cidade socialmente mais bem equilibrada. Este programa representa um passo à frente na melhoria de vida de quem mais precisa, tendo acesso a café da manhã e almoço balanceados, com todos os nutrientes importantes para o funcionamento do corpo”, finaliza.
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